Quando realizamos uma atividade física, os benefícios do exercício são obtidos durante o período de recuperação. Isto caracteriza o período pós-atividade como de uma importância fundamental para os objetivos do programa.
Até muito recentemente toda a ênfase da evolução das ciências do esporte estava direcionada para aperfeiçoar os programas de treinamento. O progresso científico nesta área ocorreu de forma acelerada, contribuindo para a enorme evolução do desempenho esportivo, a ponto de ser cada vez mais frequente o questionamento a respeito dos limites do corpo.
Atualmente existe uma nova área que acena com perspectivas de grande inovação e de possibilidades muito interessantes na contribuição do exercício para performance e saúde. Trata-se exatamente da ciência da recuperação pós-atividade.
O conhecimento científico atual ensina que existem dois importantes mecanismos que se desenvolvem durante a recuperação.
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Assim que o exercício termina os músculos tem uma necessidade imediata de repor as reservas de energia utilizadas durante a atividade realizada. Esta reposição se traduz por um mecanismo de ressíntese do combustível utilizado representado pelo glicogênio muscular. Para repor o glicogênio, os músculos requerem duas condições básicas: repouso e nutrientes. Os nutrientes necessários são fontes de carboidrato, que devem ser aportadas imediatamente após a atividade terminar. Este aporte imediato de glicose garante uma reposição mais rápida do glicogênio e acelera o período de recuperação. Segundo trabalhos científicos recentes a recomendação é consumir 1grama por quilo de peso corporal de carboidratos durante os primeiros trinta minutos de recuperação.
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O segundo mecanismo da recuperação é a reparação do dano tecidual. Este é o processo de remodelamento dos músculos em decorrência do estímulo do exercício. A atividade física promove um “dano tecidual” que é reparado por um processo inflamatório, remodelando a ultra-estrutura dos músculos. Durante este período, o nutriente importante é a proteína. Novamente a combinação de repouso e nutrientes é que vai atender a necessidade da recuperação. Também aqui, os primeiros minutos da recuperação são importantes e a ingestão de 0,25 gramas por quilo de peso de proteína proporciona uma recuperação mais acelerada.
Certamente novos conhecimentos científicos vão surgir e acrescentar mais informações para contribuir para que cada vez mais os benefícios do exercício possam ser potencializados. A área da “ciência da recuperação” com certeza deve ser um dos campos mais férteis para os novos conhecimentos.