A cafeína é um dos suplementos de maior utilização para melhora de rendimento. Os estudos publicados nas últimas décadas comprovam benefícios de melhora de rendimento com doses variando de 3 a 13 mg por quilo de peso corporal.
Seu efeito ergogênico apesar de comprovado, tem ainda uma certa controvérsia no que diz respeito ao mecanismo de ação. A proposta inicial nos primeiros estudos publicados era de que a cafeína promoveria a oxidação de gordura, preservando o glicogênio muscular, que é considerado a “gasolina” do músculo em exercício.
Esta hipótese ainda é aceita por muitos estudiosos da área, porém outras evidências tem surgido mais recentemente, principalmente para tentar explicar porque a cafeína melhora o rendimento em exercícios de curta duração, nos quais a utilização de glicogênio não é o fator limitante do desempenho.
Outro efeito que tem sido considerado, é uma ação da cafeína no sistema nervoso central e periférico, alterando a chamada percepção subjetiva de esforço, aumentando a capacidade dos músculos esqueléticos de gerar força.
Um novo estudo publicado em junho deste ano na revista oficial do Colégio Americano de Medicina Esportiva, por pesquisadores da Universidade de Mississipi nos EUA estudou mais profundamente este mecanismo. Foram avaliados atletas de ciclismo, em um protocolo controlado, no qual foi avaliada a ingestão de 5 mg de cafeína por quilo de peso corporal, uma hora antes dos testes físicos.
As conclusões dos pesquisadores apontam para os seguintes benefícios:
- A cafeína aumenta a força por melhorar o mecanismo de recrutamento das unidades motoras dos músculos esqueléticos. Podemos entender que quando o cérebro comanda a contração de um músculo, a cafeína potencializa este comando, resultando em uma contração mais vigorosa.
- A cafeína tem um efeito de diminuir a dor e reduzir a percepção de esforço, promovendo um efeito de melhora de desempenho em exercícios de curta duração.
Estes efeitos, segundo os pesquisadores, explicam os efeitos da cafeína não somente nos exercícios de longa duração, via oxidação de gorduras, mas também em atividades de perfil anaeróbico, nas quais o mecanismo de gênese de força é o fator determinante do desempenho.
Dr. Turíbio Barros
